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Vida de Solteiro

 “A maioria de seus amigos de infância provavelmente já estavam casados aos trinta anos, mas ele não. Ele tinha amigos de ambos os sexos, mas não tinha mulher e filhos. Ele se hospedava na casa de outras pessoas, mas não tinha seu próprio lar. Ele conhecia bem o que era cuidar de pai e mãe idosos, mas nunca experimentou as alegrias da própria paternidade. Ele sabia quem era, para onde estava indo e quais os rumos que desejava dar a sua carreira, mas também sabia como a gente se sente quando os outros nos consideram uma pessoa diferente, uma ameaça, um desajustado. Ele era um jovem saudável, que tinha impulsos e tentações sexuais como todo mundo, mas nunca tinha tido uma esposa com quem pudesse ter intimidade física. Ele sabia rir, defender seus pontos de vista em debates acalorados e brincar com as crianças, mas havia momentos em que chorava e se sentia muito sozinho e solitário. Geralmente, não pensamos em Jesus desta forma, mas a verdade e que ele era um adulto solteiro.” (Collins, 2004 pag. 427)

Solteiros ou casados vivemos no mesmo mundo e fazemos parte de uma família. É importante enfatizar que a vida de solteiros em si não representa um problema para todos as pessoas que não são casadas.

Solteiros ou casados vivemos no mesmo mundo e fazemos parte de uma família. É importante enfatizar que a vida de solteiros em si não representa um problema para todos as pessoas que não são casadas.

UNIÃO ENTRE PESSOAS COM MAIS DE 15 ANOS - SEGUNDO PESQUISA DO IBGE

Divisão por estado conjugal

Viviam em união

57,1%

Casamento civil e/ou religioso

37,2%

União consensual

19,8%

Não viviam em união

42,9%

Divisão por estado civil

Solteiros

48,1%

Casados

39,9%

Divorciados, desquitados e separados judicialmente

5,9%

Viúvos

6,1%

Fonte: Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pnad 2011

 

Observe esta tabela do IBGE de 2011 há 48% de solteiros, 5,9% de divorciados e 6,1% de viúvos, correspondendo a 51,9% da população brasileira. Estes números mostram que os solteiros não são a minoria como alguns podem pensar. 

 A vida de solteiro é vista por alguns como liberadas, desimpedida e sem preocupações e por outros como desajustados, inseguros e tímidos, mas na verdade o solteiro é um homem e uma mulher comum como qualquer outro, pois ter um cônjuge não significar ser diferente, forte, bonito ou seguro. Infelizmente a sociedade tem o habito de rotular criando uma pressão familiar e pessoal para que se casem.

Assista ao vídeo: Liderando a partir de sua "solteirice" é tudo o que Deus espera. Aproveite com qualidade de vida esse momento:

 No livro aconselhamento cristão de Gary Collins o autor levanta algumas caraterísticas dos adultos solteiros que podem gerar problemas ao indivíduo.

1. Os que ainda não encontraram um companheiro ou decidiram adiar o casamento.

Nos últimos anos os jovens adultos têm mostrado uma tendência cada vez maior de adiar o casamento. O movimento feminista ajudou a tornar aceitável e economicamente possível que as mulheres se sustentem sozinhas e levem uma vida independente antes do casamento. Em geral, os jovens querem viajar, se firmar profissionalmente ou experimentar as regalias da idade adulta antes de assumir as responsabilidades de um cônjuge e uma família. A mudança da atitude da sociedade em relação ao sexo levou muitos a concluírem que não precisam se casar nem se manter fieis a um parceiro sexual. O apostolo Paulo escreveu que as pessoas que não conseguem se controlar deveriam se casar, mas hoje a maioria das pessoas rejeita esse ensino e acha que os que não conseguem se controlar devem ceder aos seus impulsos e manter relações sexuais sem se darem ao trabalho de se casar.

2. Os que escolheram não se casar.

Isso pode ser fruto de uma decisão pessoal de permanecer solteiro, ou pode surgir após uma gradual constatação e aceitação do fato de que o casamento e improvável. Em geral, a pessoa tem boas razoes para preferir permanecer solteiro. Por exemplo: estão convictos de que esta e a vocação de Deus, querem continuar gozando sua liberdade, não tem interesse no casamento, preferem viver sozinhos, ou não encontram ninguém com quem queiram se casar. Outros podem chegar à conclusão que é melhor ficar solteiro porque já tiveram experiências ruins com o casamento, viram seus amigos passarem por divórcios dolorosos, ficam constrangidos ou envergonhados na presença do sexo oposto ou tem medo da intimidade.

3. Pessoas que tiveram casamentos fracassados.

Quando um casamento e infeliz durante muito tempo, o seu fim pode trazer uma sensação de alivio, pelo menos temporário. A vida não e fácil para pessoas que ficam “solteiras de novo”, por causa de uma separação ou divórcio. Muitos se sentem sozinhos, lutam para se ajustar ao período de transição entre o casamento e a nova vida de solteiro, tem uma forte sensação de fracasso e culpa, e enfrentam dificuldades com sua autoimagem. Tudo isso pode ser acentuado pelas críticas dos outros ou pelo isolamento social, inclusive por parte dos familiares e de membros da igreja intolerantes e rancorosos.

4. Pessoas que perderam o cônjuge.

Esta situação pode causar uma dor, uma solidão e uma sensação de perda tão grandes que só os que já passaram por isso podem entender realmente. Quando ocorre um falecimento, os parentes e amigos se mobilizam para dar apoio e compaixão (algo que as pessoas divorciadas raramente recebem). Mas o luto continua por muito tempo depois que o funeral acaba e os amigos voltam a sua rotina diária. A tristeza e o vazio permanecem, assim como as dificuldades de reaprender a viver sozinho e a tomar decisões sem ter com quem dividir a responsabilidade. Isso pode ser particularmente difícil para as pessoas mais velhas.

5. Pessoas com outras razões para permanecer solteiras.

Ha situações que sobrepõem as categorias acima e que reduzem a probabilidade de casamento. Entre elas estão:

  • Doenças crônicas e deficiências, físicas ou mentais, que reduzem o potencial da pessoa para o casamento e podem impedir um relacionamento satisfatório com alguém do sexo oposto.
  • Ideias fantasiosas a respeito do sexo oposto.
  • Imaturidade, que inclui a incapacidade de dar e a relutância em aceitar responsabilidades ou assumir compromissos.
  • A crença de que e melhor morar junto do que casar (apesar de algumas decisões legais recentes terem demonstrado que o casamento sem papel passado é cheio de armadilhas e problemas em potencial).
  • Homossexualismo, real ou imaginário, que as vezes faz com que as pessoas passem a vida inteira sozinhas, ou conduz a relacionamentos homossexuais sem vínculos de ordem legal ou econômica, com pouca aprovação social e com grande probabilidade de rompimento, o que pode causar sofrimento e solidão.  

Assim como pessoas casadas tem problemas no casamento e outras não, alguns solteiros enfrentam problemas relacionados com o fato de viverem sós, enquanto outros não são afetados por essas dificuldades.

 

 

Texto: Denise Pereira

Psicóloga da JMN

MINISTÉRIO DE COMUNICAÇÃO

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